terça-feira, novembro 29, 2005

Entrevista a António Lobo Antunes

Aqui vai um excerto de uma entrevista de António Lobo Antunes à revista Visão onde, a certa altura, se evoca a "guerra do Ultramar", em Angola, em que o ilustre Autor tomou parte. Não é em vão que este senhor é justamente considerado um dos maiores escritores portugueses vivos.

V: Ainda sonha com a guerra?

ALA: (...) Apesar de tudo, penso que guardávamos uma parte sã que nos permitia continuar a funcionar. Os que não conseguiam são aqueles que, agora, aparecem nas consultas. Ao mesmo tempo havia coisas extraordinárias. Quando o Benfica jogava, púnhamos os altifalantes virados para a mata e, assim, não havia ataques.

V: Parava a guerra?

ALA: Parava a guerra. Até o MPLA era do Benfica. Era uma sensação ainda mais estranha porque não faz sentido estarmos zangados com pessoas que são do mesmo clube que nós. O Benfica foi, de facto, o melhor protector da guerra. E nada disto acontecia com os jogos do Porto e do Sporting, coisa que aborrecia o capitão e alguns alferes mais bem nascidos. Eu até percebo que se dispare contra um sócio do Porto, mas agora contra um do Benfica?

V: Não vou pôr isso na entrevista...

ALA: Pode pôr. Pode pôr. Faz algum sentido dar um tiro num sócio do Benfica?

quarta-feira, outubro 12, 2005

Tele ou Télé

Porque é que dizemos "Télécomunicações" e dizemos "Televísão"?

terça-feira, setembro 06, 2005

Katrina

Relativamente ao desastre do Katrina, não consigo deixar de pensar que este tipo de desastre é previsível face à recusa dos EUA em ratificar o protocolo de Quioto. É certo que o furacão não é uma consequência directa da não-ratificação, e obviamente que não são os únicos responsáveis pelo aumento de poluição atmosférica neste últimos 50 anos, mas como mais de 36% das emissões mundiais de gases poluidores provêm dos EUA estes deveriam ser os primeiros a dar o exemplo e não fomentar desregulações climatéricas. Irónicamente, ou se calhar nem tanto, o furacão Katrina acaba por parecer uma resposta da Natureza ao país que menos a respeita, ou pelo menos um aviso do que pode voltar a acontecer.

Para mais informação, ver: http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/3143798.stm

quarta-feira, junho 29, 2005

Bebé a Bordo!

Um autocolante automobilístico que tem tido muita saída é o "Bebé a bordo". Quase sempre colado no vidro traseiro (percebo, para as pessoas terem cuidado na aproximação ao carro), está invariávelmente na posse dos piores condutores que se metem na estrada. É na prática um "free-pass" para as piores asneiradas ao volante: como os outros condutores não se podem aproximar do carro cujo bebé é passageiro, há como que uma distância de segurança sempre respeitada em relação aos outros automóveis. Pessoalmente desprezo todos os "tó-colantes" dos carros que me circundam na estrada, mas para o comum do tuga este parece ser o único a respeitar.
Também tenho que arranjar um.

terça-feira, janeiro 25, 2005

"Damos-lhe uma surra, mano!"

Encontrei esta pérola hoje:
"Um grupo de 46 bolseiros da Guiné-Bissau em Moscovo invadiu esta terça-feira o recinto da embaixada guineense na capital russa, fazendo reféns (...) e reivindicando o pagamento de subsídios pelo governo do seu país. Um dos bolseiros disse que, no caso de não haver uma decisão do governo guineense relativa ao pagamento dos subsídios prometidos, os grevistas irão "dar uma surra" aos diplomatas."
- In Diário de Notícias, 25 de Janeiro de 2005

sábado, janeiro 22, 2005

Nuno Cardoso

A propósito da situação caricata que se vive pelos lados das Antas que, sinceramente, surpreendeu pouca gente, Nuno Cardoso veio a público defender-se perguntando:
"Porquê agora? Há um conjunto de coincidências que vale a pena relembrar. A primeira das quais é o facto de todas as sondagens me darem como melhor colocado para derrotar o doutor Rui Rio. A outra é o ministro da Justiça, José Pedro Aguiar-Branco, o número um da lista do PSD pelo Porto, amigo pessoal e o maior aliado político de Rui Rio."
Neste país onde é hábito as denúncias serem logo conotadas com a inveja pura e simples, esquece-se muitas vezes do essencial: "E depois?" pergunto eu. O engenheiro até pode ter razão naquilo que diz, mas isso não invalida que fez - no mínimo - uma embrulhada no negócio de venda de terrenos ao FC Porto. E é no mínimo suspeito que estivesse já à espera de ser chamado pela PJ para esclarecer este caso. Por outro lado, a defesa do engenheiro por parte da SAD do Porto também não é de admirar, já que se uma das partes é acusada arrastará a outra consigo.
Sobre este assunto fica aqui um link para um cartoon engraçado do Bandeira, no DN online.
http://dn.sapo.pt/cartoons/cartoon.html?edicao=2005%2F01%2F22&ts=1106352000