quinta-feira, dezembro 25, 2008

A complexidade do mundo moderno

Gostei deste videoclip da música Remind Me, dos noruegueses Röyksopp, desde o momento em que o vi. É interessante pela maneira como mistura tristeza e fascínio por um mundo em que a informação se torna cada vez mais accesível e complexa ao mesmo tempo.

sábado, dezembro 13, 2008

10.000 dias depois

Só por curiosidade:
Uma pessoa chega aos 10.000 dias de vida com 27 anos, 4 meses e 16 dias.

sexta-feira, novembro 28, 2008

O Governo Sombra

Assim como há programas de rádio que nunca nos deveriam entrar pelos ouvidos adentro, há outros que já deveriam ter sido lançados há mais tempo. É o caso do Governo Sombra, um programa de opinião e comentário com Ricardo Araújo Pereira, Pedro Mexia e João Miguel Tavares, e moderado por Carlos Vaz Marques. Na TSF, às sextas-feiras depois das 19h00.

Reunindo três talentos em áreas diferentes de actuação - Pedro Mexia o ideólogo, João Miguel Tavares o crítico e Ricardo Araújo Pereira o humorista - o programa consegue analisar todo e qualquer assunto corrente de forma divertida mas profunda ao mesmo tempo. Cada um tem pelo menos 3 assuntos a discutir durante o programa: o ministério escolhido, o estado de espírito e o decreto-lei, que abrem caminho a opiniões diferentes e debates cruzados, para além das picardias habituais que dão um toque ainda mais humorístico ao programa.

A ouvir.

segunda-feira, novembro 24, 2008

À quoi ça sert l'amour?

Hoje proponho uma música de Théo Sarapo e da inconfundível Edith Piaf: À quoi ça sert l'amour?, ou em português, Para que é que serve o amor?. Sinto que esta música é adequada ao momento, depois de ter ido pela primeira vez (de muitas!) a Paris, e dedico-a à minha mais-que-tudo!


domingo, novembro 09, 2008

As bandeiras

Estive a pensar e considero que as bandeiras não são mais do que maneiras mais sofisticadas de fazer a mijinha canina no lugar que se quer marcar como seu. Isto faz todo o sentido para os exploradores dos pólos. É que com o frio que lá faz não se podem pôr a mictar o sítio só para dizer "eu estive aqui, e por extensão estiveram todos os que costumam mictar no mesmo quadrado de terra do que eu".

terça-feira, outubro 28, 2008

Hoje tive saudades tuas


O meu irmão mandou-me esta fotografia. Fiquei com um sorriso de orelha a orelha para o resto do dia!

terça-feira, outubro 21, 2008

Como tentar fazer uma mulher feliz?

É uma pergunta que muitos se fazem quando há discussões com a cara-metade. Mas a verdade é que é impossível fazer uma mulher feliz - só se pode tentar. Chris Rock explica.

quarta-feira, outubro 08, 2008

O Plano Paulson - Uma metáfora sexual

Porque não existe ninguém melhor do que ele para discutir os assuntos importantes da actualidade, Stephen Colbert discute contra si próprio num segmento do seu The Colbert Report chamado Formidable Opponent. Nele criticou o plano Paulson para recuperar a economia da crise do subprime.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Entrevistas desportivas

Antes havia a "Flash interview", onde os jogadores eram entrevistados sobre o jogo que tinha passado. Agora criaram a "Superflash", e eu pergunto-me: se já não se ouvia nada de jeito em 2 minutos de entrevista, o que é que se vai dizer em 30 segundos?
Entrevistador: "Erivélton, como correu o jogo?"
Erivélton: "É, graças a Jezuiz correu bem!"
Entrevistador: "Muito obrigado, Erivélton. Foi a Superflash de hoje, obrigado por terem estado conosco nesta emissão."

sábado, setembro 27, 2008

The Girl Is Mine

No seu programa satírico The Colbert Report, Stephen Colbert fez um dueto com John Legend para decidir quem gostava mais da Lady Liberty (nome carinhoso dado à estátua da Liberdade de Nova Iorque). O resultado foi uma versão de The Girl is Mine, música de 1972 de Michael Jackson e Paul McCartney, ainda melhor que a original pelo corpo mais blues dado pelo piano e sobretudo pela excelente voz densa de John Legend.


quarta-feira, agosto 27, 2008

Lactentes

Porque é que se refere aos bebés como "lactentes"? Há mais algum grupo de seres humanos que necessita de beber leite pelas mamas maternas?

terça-feira, julho 22, 2008

O frenesim dos media

Em Abril de 2007 foi finalmente concluído o caso de alegada violação de uma rapariga por três jogadores de lacrosse universitário. O veredicto: inocentes. Na verdade, a acusadora tinha feito tudo para ganhar dinheiro de indemnizações pelo alegado ataque ou simplesmente para obter mediatismo.
O caso foi muito propalado nos media norte-americanos, na maior parte das vezes com um sensacionalismo gritante, e em particular num programa de análise jurídica apresentado por uma ex-advogada, Nancy Grace. O nível de ruído e de histeria desta personagem foi tal que não poderia passar despercebido ao The Daily Show with Jon Stewart. Uma crítica hilariante a rever.

segunda-feira, julho 21, 2008

quinta-feira, julho 03, 2008

Dick Cheney

Em Fevereiro de 2006, aquando de uma caça num campo particular, o vice-presidente dos Estados Unidos Dick Cheney deu um tiro na cara de um colega de caça e membro de um grupo de pressão quando se virou para atirar numa das muitas codornizes criadas em cativeiro. O ridículo da situação foi tal que, uma semana depois, o senhor em causa saiu do hospital e pediu desculpa ao vice-presidente.
Esta é a sátira brilhante do sucedido pelo The Daily Show with Jon Stewart. Em particular, o paralelo entre o acidente de caça e a invasão do Iraque não poderia ser mais adequado.



segunda-feira, junho 23, 2008

George Carlin, Rest In Peace

Recebi hoje uma triste notícia: George Carlin, comediante norte-americano, morreu ontem a meio da tarde. Perdeu-se um grande stand-up comedian, mas sobretudo um excelente observador crítico da sociedade em que vivemos. Nunca teve medo de abordar assuntos tabu - afirmava que "o dever dos comediantes é tentar perceber onde está o limite da comédia, para atravessá-lo deliberadamente" - e mostrou-nos as pequenas contradições da vida de uma forma hilariante e mordaz.
É sempre triste quando morre alguém que admiramos, mas mais ainda quando é alguém que nos faz tanto rir.

sábado, junho 21, 2008

segunda-feira, junho 16, 2008

Dúvida pertinente

A Pipoca Mais Doce fez uma pergunta pertinente no blog dela:

Porque é que a vontade de fazer xixi fica subitamente incontrolável assim que se enfia a chave na porta e a casa-de-banho parece ainda tão longe?

Estive a matutar nisto e cheguei à conclusão que deve ser por uma falha geral de comunição no cérebro, causada pela necessidade desesperante de verter águas. Ao pôr a chave na fechadura a discussão começa.
Sistema somatosensorial: "Pessoal, os níveis de pressão na bexiga estão quase a chegar ao limite máximo admitido! Vamos lá a despachar isto! Sistema motor, acelera aí a rotação do punho direito se faz favor."
Sistema límbico: "Estamos quase lá, coragem!"
Cortex cerebral: "Epa... Más notícias. Pelos meus cálculos ainda são mais 33,56 segundos até chegarmos à casa-de-banho. Só se acelerarmos o movimento das pernas, mas aí apertamos ainda mais a bexiga."
Sistema motor: "Então, é acelerar o punho ou as pernas? Não comemos hoje o suficiente para fazer tudo ao mesmo tempo!"
Sistema límbico: "Não discutam, que eu fico nervoso com as discussões!"
Sistema motor: "E eu fico fraco com os teus nervos! Vamos lá a despachar!"
Sistema visual e sistema somatosensorial (em coro): "A chave não está a rodar bem."
Sistema límbico (a chorar): "VAMOS TODOS MORRER!!!"
Cortex cerebral: "Não vamos nada, é preciso é voltar um bocado atrás na rotação da chave que isto deve desempenar em 2,96 segundos."
Sistema visual e sistema somatosensorial (em coro): "Já está."
Sistema límbico: "VAMOS, CORRAM, CORRAM!!!"
Sistema motor: "Já vou! Aperta-te aí, bexiga."
Sistema somatosensorial: "A bexiga está mesmo quase a rebentar! Cortex, vou enviar-te os dados de pressão."
Cortex cerebral: "Hmmm... Isto está mau. Temos 3, 2, 1..."
Sistema somatosensorial: "Chegámos à sanita!"
Sistema límbico: "VIVA!!!"

E o resto já se sabe.

domingo, junho 08, 2008

Rádio do Avesso

Dias do Avesso, com Isabel Stilwell e Eduardo Sá - O programa mais insonso e desinteressante da rádio. Junta o pior de dois mundos, uma jornalista e um psicólogo, numa conversa absolutamente inútil sobre temas tão prementes como as “clivagens de sentimentos” e os “sonhos assassinos” - e estes são só os temas desta semana!
É um programa que se define como “4 minutos de conversa sobre tudo o que não é notícia”, e com razão: não é notícia porque não tem interesse. A ajudar tem duas personagens com vozes cada uma mais enervante que a outra, uma de ralador oxidado e outra de eunuco medroso. Adivinhem qual é qual.
Claro que 4 minutos não é muito, mas fica o conselho: mais vale mudar de estação. Ouçam Tony Carreira, que não comicha tanto as partes pudendas. Mas anda lá perto.

quinta-feira, maio 15, 2008

É bom lembrar...

43% das estatísticas não servem para nada.

terça-feira, maio 13, 2008

Corromper um árbitro é uma espécie de amor

Este texto, assinado pelo sempre brilhante João Miguel Tavares, foi publicado hoje no Diário de Notícias e refere-se aos vários processos da corrupção no futebol português. Imperdível.

Os clubes têm-se profissionalizado, a Liga está a fazer um esforço de transparência - mas para o futebol português a civilização ainda é um lugar distante. E por isso, toda a gente acaba por atribuir uma espécie de "desconto moral" a quem se move no mundo da bola, aceitando-se um bocadinho menos de honestidade e um bocadinho mais de baixaria. Só assim se explica que Jorge Nuno Pinto da Costa tenha sido considerado culpado de actos de corrupção pela Comissão Disciplinar da Liga de Clubes mas ninguém se tenha atrevido a questionar a sua continuidade à frente da SAD do FC Porto. Sabe-se que durante dois anos não se vai poder sentar no banco da equipa nem assinar contratos, mas propor a demissão de sua santidade para preservar a imagem do Porto seria sacrilégio digno de lapidação na praça pública.

O DN ouviu na quinta-feira Guilherme Aguiar sobre o papel que Pinto da Costa pode vir a desempenhar na SAD, e o ex-dirigente do FC Porto foi claríssimo: "Esta é uma suspensão de actividade igual às que se destinam aos jogadores quando são suspensos por um ou dois jogos. Não podem jogar, mas podem treinar." E quanto aos 50 mil euros que ele recebe mensalmente? É para pagar: "Os jogadores também continuam a receber." Ora aqui está uma bela comparação. Para Guilherme Aguiar, corromper um árbitro é assim como enfiar uma canelada num adversário, ir para a rua, e ficar uns jogos de fora. Um acidente de percurso, portanto. Uma entrada violenta, no máximo. Coisas do futebol.

Suponho que a maior parte dos sócios do Porto considere uma de duas coisas. 1) Que tudo isto não passa de uma cabala contra o líder dos dragões patrocinada pelo Benfica. 2) Que as actividades ilícitas do seu presidente são apenas mais uma manifestação de inabalável portismo. Afinal, Pinto da Costa e o FC Porto confundem-se numa história de inegável sucesso desportivo. Mas a complacência com a corrupção é um espinho que infecta todo o futebol português. A verdade é que ninguém realmente acredita que a viciação de resultados tenha começado na época de 2003/2004. Aliás, pagar para ajudar o Porto em 2004 - para quem não se recorda, a época áurea de José Mourinho, que acabou com a conquista da Taça dos Campeões - é tão absurdo quanto Francis Obikwelu subornar um coxo para lhe conseguir ganhar numa corrida de 100 metros. Simplesmente, quando é longa e vasta a tradição de trafulhice, os maus hábitos custam a morrer. E nesse singular ecossistema chamado futebol, ainda há quem ache que corromper é apenas uma forma - um pouco atrevida, vá lá - de manifestar o amor a um clube. Em vez de se enrolar um cachecol ao pescoço de um adepto, enrola-se uma prostituta ao pescoço de um árbitro. Faz alguma diferença? Se Pinto da Costa se mantiver à frente do FC Porto é porque, lá no fundo, no fundo, não faz.

terça-feira, maio 06, 2008

sexta-feira, abril 25, 2008

segunda-feira, março 24, 2008

Para compreender melhor a crise do Subprime

Sendo eu um leigo em Economia, é sempre bom quando alguém resume as evoluções macroeconómicas actuais de forma simples. E nenhum problema económico é tão actual como a crise do Subprime, que afecta não só as famílias americanas como as famílias do resto do mundo, como explicam no Diário de Notícias:

Como é que a decisão da família Smith de comprar uma casa, no interior dos EUA, com recurso ao crédito, afecta a vida da família Santos, em Lisboa, que acabou de colocar todas as suas poupanças num fundo de acções com taxas de rentabilidade de dois dígitos?

Tudo começou no final da década de 90. As famílias de baixo rendimento nos EUA perceberam que era possível comprar casa pela primeira vez, tendo em conta os baixos preços das habitações, na sequência do boom imobiliário do início da década. Para responder a essa ambição, as empresas de crédito especializado - sem paralelo no sistema financeiro europeu - disponibilizaram empréstimos com juros baixos nos primeiros anos (e uma subida forte nos anos seguintes). Nascia o subprime.

A convicção das duas partes sobre o sucesso do negócio - a tal ponto, que nem eram exigidas garantias - tinha por base não só as taxas de juros de referência (que a Reserva Federal de Alan Greenspan manteve baixas durante anos para estimular a economia depois do rebentamento da 'bolha tecnológica' de 2000), mas também a ideia de que o preço das casas só tinha um caminho: subir.

Foi nesse período que se deu a globalização do problema. Os bancos de investimento começaram a comprar esses créditos aos pedaços, embrulhados em complexos produtos derivados. A sede pela rentabilização dos investimentos era grande, não só porque as taxas de juro estavam baixas, mas também devido à forte queda das acções depois da 'bolha' rebentar. Os bancos norte-americanos compraram os créditos e venderam-nos a bancos de todo o mundo. Foi aqui que a regulação do sector financeiro falhou, não acompanhando a inovação dos instrumentos com controlos mais rigorosos.

Durante algum tempo, parecia que todos estavam a ganhar. Até que o sector imobiliário dos EUA deixou de crescer. A intensa construção de casas já não tinha resposta na procura. Os preços deixaram de subir e rapidamente inverteram a escalada. Em paralelo, os juros começaram a subir, acompanhando a recuperação económica. E, no ano passado, começaram a chegar os períodos de juros mais altos dos créditos subprime. Como não havia garantias nem fiadores, milhares de famílias deixaram de poder pagar as prestações. E a única garantia - o valor das casas - estava muito abaixo do valor do crédito.

Dá-se o efeito dominó. As casas ficaram vazias, as empresas do subprime faliram e os créditos "evaporam". Com eles, evaporou-se também o valor dos produtos que enchiam as carteiras dos grandes bancos mundiais. Até agora, a factura já vai nos 200 mil milhões de dólares (ver caixa). Mas os bancos não querem emprestar dinheiro a ninguém, enquanto não sair todo o "ar" que ainda pode estar no sistema. As Euribor sobem, as bolsas afundam e as matérias-primas disparam, a economia desacelera e, agora, o problema da família Smith já passou a ser um problema da família Santos.

domingo, março 02, 2008

Kosovo

A discussão sobre o Kosovo é complicada, mas de forma geral resume-se a um jogo de poder entre os vários intervenientes internacionais, nomeadamente os EUA e a Rússia. Esta é uma entrevista interessante do Público a um professor da Universidade do Porto, Milan Rados Radenovic, que reflete bem a situação político-militar daquela área específica dos Balcãs mas também o estado de espírito da população sérvia, representado no próprio entrevistado.
A ler.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

O Crime do Padre Amaro

Contrariamente ao que o título do post pode indiciar, não é do filme que interessa falar - filme que se resume à mostra repetida do corpo escultural da Soraia Chaves - mas antes da banda sonora, mais particularmente de uma das melhores músicas do filme, Auto de Fé.
A música, um rap sujo bem ao estilo português, conta com Sam the Kid, Carlão e Pac-Man dos Da Weasel. Goste-se ou não do género, o rapper de Chelas tem uma verve assinalável, embora recorrendo frequentemente ao calão; mas a sua imagem de marca é o seu sentido de ritmo incomum no panorama do hip-hop português. E embora Sam the Kid tenha uma qualidade acima da média, considero que é Pac-Man que de melhor dá à música. Senão veja-se a rima de entrada:

Meu Deus como pode ser tão bom este mal que tu me fazes
Que me obriga a ir a jogo sem figuras nem ases


Aqui se vê que, quando Pac-Man está inspirado, é sem dúvida o melhor rapper português. A rima está perfeitamente construída: uma frase simples mas com uma metáfora genial, uma rima rica (verbo com substantivo) e um ritmo pausado e cool. Infelizmente, o resto da letra do músico dos Da Weasel varia de bom a mediano, mas com isto fico a pensar que quando ele conseguir fazer uma música completa a este nível poderá reformar-se, pois já não será necessário provar mais nada a ninguém.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

É bom lembrar...

Não há nenhuma verdade absoluta - e isto é absolutamente verdade.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Isto só visto

"Foi um acidente e ele morreu por culpa do INEM que só chegou 32 minutos depois"
in Diário de Notícias, 2 de Janeiro de 2008